terça-feira, 28 de junho de 2016

Estudo de soneto I

Acordei com o impacto das estrelas
explodindo sobre as casas e os homens.
A luz queimava o que em pé e só restava,
a noite ruía e a Lua, no branco, sumia.

Ouvia, descabelado, gritos roucos,
enquanto cogumelos amarelos
iluminavam o escuro do dia,
do juízo, do final, da alegria.

Alguém sentado num entulho ria e,
diante de tamanha ironia, eu ri
pois era finalmente o fim do mundo.

Não houve solução, tampouco uma rima.
Enquanto as pedras brilhantes caíam,
nossos corpos nus cintilavam no ar.

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